Me entrego
Neste frio que me gelifica os dedos.
Queria ao menos a certeza de meu apelo.
Nessa clinomania me encubro os pêlos, por panos
Quem me dera fosse por teus beijos.
A cada passo articulado ao teu encontro,
Me desencontro, do que mais importa!
Ah quem me dera por sorte um recontro
Entre a emoção e minha razão já morta!
Esta razão que por hora renego,
Que me impede o sentimento cego,
Que só me vem quando não a procuro,
Nego-me aceitá-la em vez de meu apuro.
Não me proíbo a entregar-me aos sonhos
E dos meus medos todos, me despir.
Ai se um dia a emoção te cobra!
A mesma razão que hoje te recobra
Tu também a deixarás partir.