DÚVIDAS

Navegação tranqüila

Caule intacto

Sem assombrações

Não foi um iceberg,

Ventania, granizo...

Um pequeno resvalo

Um toque no casco

Risquinho abrindo a seiva

O coração nem percebeu

Nem é necessário

o armador,

o botânico,

o eletrocardiograma

Uma imagem,

Noticia distante,

Um telegrama,

Telefone...

Email, essa modernidade...

E você nem percebe...

Está fazendo água no convés...

A seiva escorre...

Algo palpita diferente

Mexe-se na mansidão do oceano...

Vem uma e outra lembrança

E mais outra...

Uma dúvida...

Uma paisagem diferente na proa

Um jardim parece reflorescer...

Um sonho não vivido...

Melhor e seguro fechar os olhos?...

Tapar o olfato?...

Acordar?...

Confrontar a correnteza?...

Arriscar um naufrágio

Contrariando o navegar tranqüilo?...

Fazer-se enxertos e

Arriscar novas flores

Diferenciar-se do mesmismo...

Sonhar um sonho (im)possível

Sujeitando-se ao infarto feliz

Ou um grande pesadelo

Ou:

Atracar...

Montar um amorfo ikebana...

Deixar a vida passar...

Dúvida na alma

Cheia de fantasmas...

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 17/05/2007
Reeditado em 27/06/2008
Código do texto: T490861
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