O que é o amor?

Para uns é o sentimento entre duas pessoas ou de pessoas para animais (...), mas para mim é algo muito maior, que transcende uma encarnação, que se soma na reencarnação.

Hoje escrevi no facebook: “eu já amei e sofri; parei no tempo e refleti; agora vou amar, mesmo que seja a espiga do milharal” com o intuito de alertar as pessoas que se negam a amar, quanto mais a si próprio; ontem, ao caminhar pelo calçadão de Capão da Canoa, litoral norte do meu estado, dei de cara com uma amiga, grande amiga de minha infância, a Reni, sentada, sorvendo um amargo, dando colo a sua amiga de quatro patas; fiquei mais de duas horas conversando sobre tudo e todos, mas principalmente sobre o amor em nossas vidas.

Fácil falar do amor, mas difícil é perpetuá-lo, mantendo-o vivo no decorrer dos anos; difícil é trocar a roupagem de uma vida, mas é fácil dizer: não lhe amo mais, como se o amor fosse um objeto de barganha, uma moeda de conduta patrimonial.

Disse a Reni que ela está amando sim, mas intensamente e antes que a indagasse, sorrindo disse que ela agora está amando a si mesma; olha-se no espelho e diz: eu lhe amo Reni e ela tem razão.

Escrevi na semana passada (e deu polêmica) que as pessoas têm medo de amar, como eu tive (...); alguns disseram que eu não sabia amar, mas não questionei porque quem tem que saber se amo ou não é a pessoa pelo qual despejo meus desejos e sentimentos; eu sei o que sinto, do que sinto e para quem sinto; ela pode não achar e aí precisa descobrir.

Certa vez uma pessoa querida disse que se fosse comer comida com alho, o parceiro teria de comer junto e eu discordo porque o ato de amar está no fato de aceitar o que o parceiro é e faz; lógico que ele não vai cair dentro de uma conserva de alho, mas o cheiro certamente será superado pelo amor; então como poderíamos acordar ao lado da amada? Teríamos de sair correndo da cama, escovar os dentes e ir ao encontro dela ou um abraço e um selinho seria por demais ruins?

Eu já amei e sofri (...) e o amar uma espiga do milharal reflete que não importa a aparência se o amor for sublime, tenro e malicioso; não importa o poder se as janelas levam a fuga e ao encontro da liberdade, correndo dos opressores; não importa a distância e o sentimento voa e suas asas envolvem a tudo e a todos.

Escrevi também que “não tenha medo de ser feliz; abra seus braços que a felicidade envolverá seu corpo, seu espírito. Não tenha medo de amar mesmo quebrando a cara, mas ame, ame intensamente, despejando seus fluídos no seu amado, abraçando-o com sua ternura, envolvendo-o com seu amor. Seja um vulcão, destruindo as mazelas em seu caminho, fixando seu cheiro em sua passagem, mas ame e jamais tenha medo de ser feliz” porque noto que as pessoas amam num contexto diferente; um exemplo de como amar é o olhar das pessoas ao achar um cão abandonado, cuidando do mesmo, fazendo dele um integrante da família: que amor simples de ser feito.

Já outros, chutam os vira-latas como chutam aqueles que os amam, desprezando os sentimentos, mesmo os que sentem, ou será que sabem o que é o amor, o que é amar?