DIAS DOURADOS

Entregar-me à noite, às sombras

Que cruzam a rua abandonada,

Deserta, em nada me ajudaria

A atravessar essas horas longas

Que passam em triste correria.

Então me entrego ao dia, à luz

Fagueira que me afaga a alma,

E à primavera me reconduz,

Como se eu fosse uma palma

Expulsa da palmeira, exilada.

Sou nuvem nos céus da mulher amada,

Tão ricos de luzentes predicados

Que comparo seus fulgores, com razão,

Aos dias de verão: dias dourados,

Tão ricos dos ardores da paixão.

Carlos Henrique Pereira Maia
Enviado por Carlos Henrique Pereira Maia em 26/08/2014
Código do texto: T4938430
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.