RELÍQUIAS
Não é das primaveras que ganho a beleza
Que me cobre o rosto de sorrisos;
Não é das estrelas que ganho a luz
Que me cobre os sorrisos de alegria;
Não é do azul das manhãs de outrora,
Nem do que ainda tingirá o firmamento,
Que ganho a certeza do agora,
E a esperança do vir a ser:
São presentes do amor.
Quando olho o florescer das primaveras,
Quando olho o cintilar das estrelas,
Vejo os meus sonhos renascendo
Das cinzas candentes das horas felizes
Que passamos juntos em outras eras,
E assim revejo, nas molduras do tempo,
Pinturas de todas as cores e matizes
Dos únicos sonhos que não sei esquecer:
São relíquias do amor.