ESTIO DO AMOR

Crestada pelo sol a terra cria

bocas sedentas a pedir em vão

o líquido elemento que faria

novamente fecundo, o estéril chão.

E quando a piedosa gota fria

a parede percorre de um desvão

sorri-se a terra toda de alegria,

crente nas folhas verdes que virão.

Também, carente, sempre a ti pedia

ajuda ao ressecado coração,

sem nunca receber, nuvem vazia,

uma gota de amor, ou compaixão.