AMOR E VÍCIO
AMOR E VÍCIO
Quem és tu, ó beldade, furtiva e vaidosa?
Dirigiram-te gracejos ao passares por aqui
E nem notaste o quanto teu cheiro eu senti!
Sem um sinal sequer, achegaste-me libidinosa.
Foste, acredita, deste poema a causa, a heroína,
Mesmo sem haveres a mim te apresentada,
Penetraste-me na alma como u’a doce espada
Minha musa tão deleitosa, furtiva libertina.
Droga! De efeito devastador me entorpeceste
Ao primeiro trago nocivo, dessa inspiração
E ébrio flutuei nas finas asas que estendeste,
Por ti ébrio estou, sequelas de minha ilusão,
Quando de ti me viciei, carente de aventura,
De ilusórias ternuras, de falsa doce paixão.
egê-sp
Do livro poeira e flor vol III
obs: não uso droga.