Hoje...o que sinto que sou

Hoje...o que sinto que sou

Hoje eu não estou sentindo nada daquilo que sou.

É como se eu não estivesse aqui, em mim.

É como se meu corpo não existisse.

É igual a não ter pernas para andar,

Ou mãos para sentir e tocar as formas das coisas,

Ou como se eu não tivesse meus olhos,

E assim não pudesse ver as cores e os contornos que as coisas tem.

É um sentir de só sentir.

É o sentir que, então, eu sou, hoje.

É como se todo eu fosse apenas o que os meus sentimentos conseguem ser.

Sinto-me. Percebo-me.

Mas, não como uma forma, uma coisa em si mesma que tivesse vontade,

Que sentisse, que pudesse ver e que por isso sente,

Mas somente como uma vontade que tem o gosto do sentir e que por isso consegue ser, consegue ver.

Um sentimento apenas.

Meu resumo e conclusão.

É a unica coisa que eu sou hoje. Agora.

Sinto-me tão preenchido que não há espaços em mim para mais nenhuma coisa.

Não me importam os braços, nem as pernas,

Nem meu peito, nem minhas mãos.

Sequer dou atenção se tenho um coração a palpitar uma vida em mim, ou

Não me preocupo se tenho pulmões.

Se há sangue em minhas veias?

Quem se importa?

Só me importa esse sentimento que me preenche como um todo.

Eu sou ele e ele é o que eu sou.

Se eu ando, não sou eu que ando,

É ele que me faz andar;

Se estou chorando, não sou eu que choro,

Mas, é ele que me faz chorar em mim;

Se rio como se fosse o mais feliz dos mortais,

Não sou eu que rio, nem sou eu que sou feliz,

É ele, somente ele, que me dá a alegria de poder rir e a felicidade de poder ser feliz;

Se estou de mãos dadas e de bem com a vida,

Não sou eu quem caminha assim,

Mas é ele, esse sentimento que sou hoje,

Esse sentimento que me sinto ser hoje,

É que me deu a sua mão

E que caminha comigo no meu caminhar

Sem pernas e sem braços e sem corpo,

Mas tão mais repleto de mim mesmo,

Tão completo me faz me sentir e

Tão mais vivo que estou certo não precisar de mais nada.

Só amar!