O que me vem ...
Se o erro move o ermo
Que eu erre sem cessar...
Se a dor traz o amor
que me doa sem parar...
Do mal caminho ao caminhar
há um abismo de céu e mar!
O firmamento do acalento
que me vem (não do além)
mas de uma onda de abstração
onde tudo me é em vão
Ao escrever, o não pensar
Ao sentir, o transbordar!
Ah, meu amor.. Se tu soubesses
O tanto de desamor que tenho pra lhe dar
Não virias ao meu encontro
com esse tenro olhar.
Lá em cima, eu amei
Aqui embaixo, desamei
O não ser do eu bipolar
Se faz doer em outra alma
que, vez ou outra, se põe a chorar.