DESDITOSA.
Acordei meus sentimentos,
E por breves momentos
Me encontrei longe daqui,
Pela saudade fui levado
Contigo de braço dado
Por essa estrada sem fim.
Em teu cabelo ainda a rosa,
Quando caminhavas formosa
Nos passeios do teu jardim,
Em teu rosto ainda havia,
Aquele sorriso de alegria,
De quando corrias p´ra mim.
Depois do abraço desejado,
Ficavas feliz a meu lado
Cantavas um fado de amor,
Fado de mágoas contidas
Que mesmo as rosas floridas
Juntas choravam a tua dor.
Teu coração despedaçado,
Por tanto alguém ter amado,
Um amor que não mais voltou,
Mas quando nasceu novo dia,
Essa mágoa já não havia
No coração que tanto chorou.
Ouviste cantar as cotovias,
Para te darem os bons dias,
Vieram pousar na tua janela,
Com teu sorriso apagado
Quiseste ainda cantar um fado,
Com tua linda voz de donzela.
Tua voz p´ra sempre se calou,
Apenas a saudade ficou
E um grande amor não vivido,
Foi o destino que assim quis
No jardim junto ao chafariz,
Segredavas-me ao ouvido.
Por ti só ficaram as rosas,
Que nasceram belas formosas,
Sobre a tua campa de dor,
Choram ainda desditosas
Lançam suas pétalas cheirosas,
Sobre a tua fria pedra, com amor.
LuVito.