Quimera

Fico encantada com o vento de outono.

Passa ligeiro, arrepia e vai embora.

Sequer instala o gosto amargo do abandono

pois jura a volta como brisa em outra hora.

Às vezes chega, sem aviso de mansinho,

aragem leve que desliza e faz sonhar.

Na ventania conduzindo em torvelinho,

sem nenhum medo assim que deixo-me entregar.

A emoção que pouco a pouco experimento,

seja verão, outono, inverno ou primavera,

faz-me cativa, apaixonada pelo vento.

Guardo em mim doce segredo, uma quimera:

Se eu pudesse tê-lo aqui todo momento,

Se eu pudesse, meu amor. Ai quem me dera!

Luiza Moreira
Enviado por Luiza Moreira em 24/05/2007
Reeditado em 24/05/2007
Código do texto: T499960