MINHA ESTRELA PERDIDA

Eu não sei de onde vem o destino,

O destino de estar aqui.

Quando o sol morreu,

Dentro de mim, ele já havia posto.

Houve um divórcio no calendário

Da minha Constelação.

Perdi todas as minhas estrelas.

Eu tinha colhido cada uma delas,

No campo celeste do meu coração.

Quando os meus pés tocaram

O chão do horizonte,

Fui arrebatado pelo olhar da lua.

E ainda brilha dentro de mim,

As centelhas miúdas da cauda do Cometa.

Fui sol, fui água, fui átomo

Dentro das coisas que amei.

Quando o sol nascer amanhã,

Eu estarei dentro do seu calor,

Dentro de ti, procurando os caminhos perdidos.

Que amanheça logo, bem cedo, sem demora!

Eu preciso da imensidão do teu universo.

Quero deitar contigo, viajar no espaço infinito

Que a natureza preparou para mim e para ti.

Acreditei em tudo; subestimei a força do amor.

Hoje quero rever todos os caminhos,

Não desprezar nenhuma das veredas do céu.

Te encontrar, te descobrir, ver a tua face

A iluminar-me como o velho Cometa.

Que a luz da minha Constelação mostre-me o teu rosto.

Não quero mais te perder!

Quero ficar junto a ti, fazer a órbita vermelha,

Seguir os nossos corações!

Amanhã, quando o sol nascer,

Eu e você estaremos lá no horizonte,

Sem nos preocuparmos com a falta de luz.

Quando eu morrer, serei uma pequenina estrela,

Destinada a te seguir e protege-la. O teu Anjo de luz.

Quando eu pisar o solo lunar, hei-de mudar o seu nome,

Ela passará a chamar-se - Você.

Eu não quero ver aviões derramando flores quentes sobre ti.

Farei chuver luz, perfume, por onde quer que você ande.

Serei um farol no teu oceano de saudade.

Ao entardecer, vá ao jardim, levante a sua cabeça,

E espere a primeira estrela nascer:

Sou Eu.

Pedro Simao Rocha Matos
Enviado por Pedro Simao Rocha Matos em 26/10/2014
Reeditado em 13/01/2015
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