A UMA POETISA
A UMA POETISA.
Faz tanto tempo, e na minha infância um dia,
Tive o primeiro flerte, o primeiro amor,
Trocávamos entre olhares de pudor,
Malícia que na época não se podia.
Brincávamos de amar, porém amando,
Na brevidade de nossas doces seduções,
Desfizeram-se em lágrimas nossas paixões,
Que fui, gota a gota, pela vida semeando…
Ainda trago gravada forte lembrança;
Nós nos queríamos tanto e eras a minha vida,
Nascera o amor em duas almas de criança.
Ainda vejo em teus versos uma sentida
Dor que o meu íntimo profundo alcança
Com outra dor, tal qual e tão merecida.
De ege-sp
Do livro poeira e flor.