O poeta e o amor

O poeta é um grande ser fingidor

Capaz de fingir que não sente a dor

Por tão grande quanto essa o seja

Não a sente para que ninguém veja.

Por que fingir, sofrer na solidão,

Sendo que mesmo contrário ama?

Poeta fingidor quer amor e não fama.

Fingindo não amar, fica na escuridão.

É cego o poeta fingidor, não ama

E morrendo de amor se condena.

O poeta é um grande ser fingidor

Capaz de rir chorando por amor.

No entanto, muito sofre, calado.

Sempre a espera do amor verdadeiro

Que não o faça fingir todo tempo.

Rir dói, se queremos chorar primeiro.

O poeta é um grande ser fingidor

Capaz de achar graça da desgraça,

Da própria desgraça do seu amor...

Castilho Benício
Enviado por Castilho Benício em 24/11/2014
Reeditado em 14/06/2020
Código do texto: T5047467
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