BARCO A DERIVA.
Na angustia,
Que consome,
Os dias meus,
Fico a deriva,
Como barco,
Em alto mar,
Sinto fugir-me,
A tudo que,
O amor me deu,
Tão solitário,
Sem saber,
Por que amar!
Pobre pássaro,
Se aprisionou,
Pelo destino,
Cerco de grades,
Que essa vida,
A si prendeu,
Asas feridas,
A perder-se,
Em desatinos,
Espera apenas,
A se encolher,
Os dias seus!
Vão se os dias,
Tantas noites,
Fulge o tempo,
E as tormentas,
Acossam-me,
Nas noites frias,
E tange o sono,
De meus olhos,
Tal tormento,
Sentindo a alma,
Em meu ser,
Ôca e vazia!
Sei que a força,
Está se indo,
Tempo a fora,
E como vento,
Leva minhas,
Esperanças,
E as lamúrias,
Não tem dias,
Não tem horas,
Em vão esboço,
A mais frágil,
Confiança!
Dissolve-me,
Assim intimo,
Cálice de fel,
Amarga a vida,
Franzido olhar,
De minh’alma,
Em aflição,
Toda ternura,
Foi-se ao léu,
Pelas tormentas,
Que me vem,
E tira a calma!
Todas as forças,
Que esbocei,
Fez-se perdida,
Dilacerou-me,
De pesares,
O coração!
E cada pedaço,
De meu ser,
Já nesta vida,
As duras chagas,
Molestam-me,
Em aflição!
Como espirito,
Que vagueia,
Sempre em lamentos,
Fico prostrado,
Sem forças,
Pra levantar!
E as indagações,
Que permeiam-me,
Os pensamentos,
Caço respostas,
Mas não sei,
Onde encontrar,
São tantas dúvidas,
A cercar-me,
Em noites altas,
Que a lucidez,
Foi-se pra não,
Mais voltar!
Rego as noites,
Com o sono,
Que me falta,
Faço da escrita,
O meu porto,
Pra ancorar!
Assim a angústia,
Que de continuo,
Me persegue,
Me aliviam,
Triste notas em canção,
Em meio a isso,
Deprimem-me
E a vida segue,
Meu pobre ser,
Fica a chorar,
Nessa ilusão!
Como um renovo,
Minha alvorada,
Tende a raiar,
E assim trazer,
Tudo que,
Se foi de mim,
Tão ansioso,
O meu ser,
Vive a esperar,
Que essa angústia,
Muito em breve,
Chegue ao fim!
Cosme B Araujo.
06/12/2014.