Outra vida

Uma vez me disseram,

Que as mulheres gostavam de poemas e poesias,

E achei isso tão belo que me aventurei nas letras,

Mas não consegui alcançar a essência das estrelas,

E meus poemas como flechas errantes,

Não acertavam seu coração,

Outra vez soube que recitar sonetos,

Embaixo da janela da bela musa,

Conquistava a mulher amada,

Tão eficaz,

Como se fosse um ataque feroz,

De uma legião de soldados bárbaros,

Eu pensei,

Escrevi,

Sonhei,

Acreditei,

Recitei, e criei,

Tantas vezes,

Quantas que nem sei contar,

Via as estrelas e escrevia sem parar,

Cada brilho,

Uma letra,

Cada frase,

O orvalho a me molhar,

Cada poema era a lua,

Que ficava a me observar,

Eu perdi tanto tempo,

Tanta coisa que deixei de falar,

Tantos abraços eu poderia ter lhe dado,

Quantos filhos meus a gerar,

Seguirei meu caminho sozinho,

Lamentos nesta vida a questionar,

Só não sei o que eu faço,

Com este sentimento a pulsar,

Que me atormenta todo dia,

Que me aprisiona no lembrar,

Que seja em outra vida,

O momento da gente se encontrar.