oceano
desculpa se te cubro com poesias diárias
e te encosto os pés gelados no meio da noite
perdoa a mania de transformar banalidades em crises existenciais
entende meu amor que não segue as vertentes do otimismo
e não proferirá nunca, nem jamais, ou pra sempre
mas seguirá invicto, sem adentrar o falso sentir
pois não ouvirias nunca dos meus lábios
dos meus dedos
ou dos meus olhos
sentimentos inexistentes e vazios
nadas confiante pelo meu mar de palavras
e descansas, paciente, nos meus rochedos de silêncio
com a certeza de que
otimista ou catastrófico
meu amor tem profundidade suficiente
pra te afogar
se posso prometer algo
é que não morrerás de sede
sentado nas bordas
observando meu fluxo escoar
se juntando à outras águas
pois és tu o oceano
no qual sempre irei
desaguar