Não,...não posso!...
Se o fizer, jamais cumprirei meu caminho!
A cada irresistível ímpeto, fraquejarei,
A promessa que fiz, jamais cumprirei,
Por tanto desejá-lo em meus braços, no ninho.
Como o desejo!... Mas não posso...
Tornamo-nos impossível na promessa,
Na realidade e verdade inconfessa,
Passo pela vida, aprisiono-me num fosso,
Escuro, fundo, sem fundo, sem acesso a luz,
Na obscuridade onde adentro a profundeza,
Sem limite, só resta afugentar a tristeza,
De ser que abdica a luz própria que a seduz.
A realidade me sacode, não há mais quem me espere,
Volto aos sonhos de outrora com os quais iludia meu imo,
Dos momentos sublimes vividos terem sido tão ínfimos,
Tornam-me inerte, a deriva, nada mais importa se uma títere.
07.12.14