" Frio "

“Frio”

Sentado em minha cadeira,

Posso ver pela janela,

Que o sol lá fora brilha,

Por que aqui dentro não?

Estou com frio...

...muito frio.

Em apenas alguns segundos sentado aqui,

Vieram-me a cabeça milhares de pensamentos,

Pensamentos, esses meus pensamentos.

E o frio continua...

...corta minha alma,

Expeli meu espírito,

Que agonizava dentro de mim.

Não agüento mais pensar,

Se penso, tento imaginar,

Se imagino,

As lágrimas começam a me enxugar, pois,

É a única saída que posso procurar.

Me sinto sujo,

De sentir o que eu sinto,

Ao ver a dignidade humana,

Pichada, escorraçada e humilhada,

Por devaneios públicos.

Frio! Maldito frio!

Estou necrosando,

De fora para dentro,

Partes do meu ser, já não mais,

Aqui ou ali,

Esta por toda a parte,

Estou quebrado, esfarelado... gelado,

Mediante a uma sociedade,

Que julga estar ao nosso lado.

Frio... que frio?

O que me mata?

Os raios do Sol, que por frestas se apertam,

Para clarear até o estranho encoberto,

Da vida ao inoportuno, então discreto,

Por que a mim não?

Onde está à magnitude que o cercam,

Pois se já nem minhas lágrimas,

Singelas lágrimas,

Secam...

Frio... frio...

Desisti da luz,

Porque ela desistiu de mim,

Sonhei com o amanha e,

Hoje em leito

Espero o fim.

O frio que me congelou,

Continuará congelando,

Não mais aqui...

...aqui já não existe.

Fechei de vez minha janela,

Porque assim o Sol, já não mais me veria,

Não por egoísmo ou rancor,

Queria apenas saber,

Se era recíproco,

O amor que como vida ele transmitia...

... Ao nosso que como gelo o destruia.