Vivo! Vivo! E sempre vivo...

Depois de 70, ou será 80 anos? Não faz mal...

Depois de muito tempo meu amor ainda arde por ti, arde como ardeu quando vi teus olhos cor de esmeralda.

Nós envelhecemos, a pele fica enrugada, nosso coração fica insensível...

No leito da morte, nós nos lembramos dos erros e das escolhas bem feitas.

Nos lembramos daquele amor, ah, sim, aquele amor... que depois de muito tempo ainda existe dentro de nós.

Ficamos na cadeira de balança olhando para o luar pálido. E relembrando nossos abraços quentes e os beijos doces e envolventes.

Podem ter pena de nós, pois alguns chamam isso de amor trágico, mas outros apreciam em dizer que nosso amor é o doce e apaixonante mais perfeito que pode ser ter!

O tempo passou absurdamente rápido... e foi num verão calmo e harmonioso que tive o lindo privilégio de saber o que era amar! O amor de verdade...

Sabem porque eles acham que nosso amor foi trágico e perfeito, meu querido?

Porque tudo passou pelos meus olhos antes que pudesse ver o tempo escorrendo entre meus dedos. Eu, bonita, com minhas bochechas rosadas e você com seu cabelo desleixado, ah, então vieram as rugas, as tosses, e nada meio veio, apenas partiu... você! Indo também minha agilidade , meu corpo novo e meu estômago forte, restando apenas dentro dele, um vazio imenso.

Ah, mas ainda vem o perfeito... você apenas se foi fisicamente, porque ainda escuto você sussurrar lindas e belas palavras de amor em meu ouvido...