O silêncio que há

O silêncio que há nessa

batalha ensurdece

muitos dos nossos sentidos.

A Bacante também sonha-se

submissa, mas não totalmente.

Nela há resquícios dominadores

que afloram e desejam a

submissão do Mestre.

Na ponta da língua,

mais que saliva,

vão obscenas palavras

ainda não ditas.

Sim, a faminta Bacante deseja

devorar não somente a lição

dita, mas também o Mestre.

A cama, pois, será a bandeja

em que ambos se servirão.

A Bacante, ora mais libertina,

saberá dosar os papéis imaginados.

Ora Submissa, ora Dominadora.

Talvez metáforas de

uma mesma moeda

cujo valor não poderá

jamais ser mensurado.

A Poetisa, sim, permanece

em silêncio, oculta atrás

da folha em branco.

A Bacante pensa revirar

lençóis e dita os

versos desse poema.

Há silêncios nessa batalha

para que gritos possam

ser ouvidos na esteira do

desejo que não se controla.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 13/02/2015
Código do texto: T5136512
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