Pelo Canto dos Silêncios

Permaneci quieto

em silêncios

deportei até a alma

rumo ao abrigo

em que curo

minhas dores

temores e lamentos desassossegados

Recostei-me neste dia

à beirinha deste poente

que ainda me permite aquecer

sem demoras

à luz doce e frágil

de uma estrela sem rumo

desafortunada

algemada em gestos e palavras

emudecidas na lonjura dos dias

e eu… pelo canto dos silêncios

bem sei que sem afectos desmedidos

eu jamais encontro sequer aquele abraço

que embora comedido era todo meu

incondicional, infinito…nunca interdito

FC

Frederico de Castro
Enviado por Frederico de Castro em 15/02/2015
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