Tomara...

– Tomara eu

ficar sempre contigo

mesmo que te despeças

esquecendo no retorno

o caminho

onde nos tornámos

tu e eu

indivisíveis

me convenças ali tão pertinho

onde mora minha ausência

sumida

derradeira

nas tramas desta vida

que não mais se entristece

pois amei-te loucamente

como cada verso

que escrevo e dos infinitos

abraços teus que tanto me apetece

neste verso apaziguador e prescrito

– Tomara eu

lembrar-te em cada despedida

sonhar-te delicada em retratos

pacientemente coloridos de contentamento

em provocações cordiais

domadas na chama que atiça

nossos ímpetos

nem que seja por uma única

hora mais de vida

– Tomara eu

admirar-te sem tais contrapartidas

acasalar de vez

nossas expectativas inconformadas

retemperadas pela constância

que nos transborda de ilusões

sem tamanho nem medida

doar-te irremediavelmente

meus espaços de tempo

sem tempo

e corrigir os medos que desvendo

em cada prelúdio festivo

onde definitivamente agora

me vou

devagarinho…satisfazendo

FC

Frederico de Castro
Enviado por Frederico de Castro em 07/03/2015
Código do texto: T5161568
Classificação de conteúdo: seguro