Idas e Vindas

Serenaram os ventos, moça,
e toda a Enseada fez-se remanso.
Aquiete a tua alma e deixe que a dor
siga a lágrima caída.

Veja, moça, eis a Lua chegada.
E, veja, ainda que tão pálida
a sua luz afasta a escuridão.
É a vida, moça, que se recusa ao não.

Amores se vão, passam, terminam.
Veja, aquela onda nunca mais se repetirá.
Mas, amores chegam, arrebatam-nos.
Outras ondas nos levarão.


Lettré, l´art et la Culture, Rio de Janeiro, verão de 2015