SEM FUNDO DE POÇO

O meu sentimento é como um poço artesiano,

que ano, após ano, vai se esvaziando.

Um antigo amor fez com que meu poço secasse.

Ao acionar a carretilha, a corda era sempre curta.

O balde não chegava ao fundo. Que mundo...

Com o nível da água, cada vez mais baixo,

em baixa, também, estava a alegria.

Sem a paixão, incontrolável, que sacia,

a vontade de beber era tanta,

que secava a umidade da garganta.

Mas, um novo amor apareceu,

e, o nível subiu, até a borda.

Não preciso de balde e nem de corda.

Este amor que me envolve, como rede,

está matando, completamente, a minha sede.

Eliezer Ávila
Enviado por Eliezer Ávila em 06/04/2015
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