Obrigada por tanto amor,... obrigada
 

Obrigada por impregnar de amor, por toda vida,
Ainda que esse amor por ti desconhecido, tão  profundo,
Pelo tanto e quanto adoçou sonhos fecundos,
Mesmo nos momentos em que a dor tornou-se grande ferida.

Ferida curtida nas lembranças dos parcos momentos,
Vividos com intensidade capaz de adentrar a alma,
Preencher mente, coração, corpo, tirar a calma,
Viver em corpo alheio a vontade, sem fomento.

Fomento que faltou para quem tanto desejou sentir sobejar,
Exacerbado em delírio, em imagens, desde sonho de menina,
A sobreviver e transbordar de semente infértil desde pequenina,
Alimentada emocionalmente a cada dia mais fértil, a transbordar.

Transbordar no ar, no mar, na vida, a realidade sobrepujar,
Remanescer imune ao tempo que transcorreu lentamente,
Qual semente, gen da vida que resiste as intempéries e dolente,
Seguir rumo ao fim definitivo, contida, e surpreender-se a extravasar.

Extravasar o tanto amor guardado, arraigado, cravado e fatigada,
Transbordar por ansiedade, sonhos e desejos guardados, e verter,
Uma vida de saudade a transbordar esperanças perdidas ao ver-te.
Foram sonhos em demasia, vetados. Ora, pelo tanto amor,... obrigada!
Hoje, é o que me resta possivel viver...

Vana Barsan - 10.04.15