Impossível esquecer-te
 
Penetraste num mundo pessoal de forma abrupta,
Desde o  momento primeiro em que apareceu,
Chegou de mansinho numa praça, não mais feneceu,
Levou o sossego, qual larápio sem medo, sem luta.
 
Desde então,... 
 
Certa mente cativa, qual moribunda,
Colheu migalhas para saciar a sede,
A contentar-se, pois já retida na rede,
De amor incondicional que no coração abunda.
 
Dominou corpo e mente, a tornou demente,
Frágil, irresponsável, inconsequente, louca,
Que emudeceu ao ver-te partir, se fez mouca,
Não gritou de forma louca, insana, demente.
 
Ouviu-te dizer, "preciso ir, não vou ficar,".
Partiu, seguiu sem reconhecer tanto amor,
A emudecer e calar no peito imensurável dor,
Que tudo deixaria por amor, para te seguir.
 
Sem olhar para traz, partiu, precisava andar,
Fez sonhos mudarem, tornarem-se em latentes,
Transformou um mundo, fez tudo ser tão diferente,
Para novo rumo seguir, "foi por aí a procurar", 
Qual música de Cartola,"Preciso me encontrar", 
"Quis assistir ao sol nascer, 
"Ver as águas do rio correr",
"Ouvir os pássaros cantar".
Como a dizer, "Ainda é cedo...",
Qual Cartola em "O mundo é o moinho",
Deixando a vagar um mundo, partiu sozinho,
Sem que se apagasse da mente, guardado em segredo. 
 
Vana Barsan. 07.04.15