Almas desarmadas

Mais uma vez me pego voltando no tempo...

Sinto saudade do que não vivi, sinto o gosto dos beijos que não dei, me arrependo das atitudes que não tomei.

Me sinto ligada a você mesmo quando não sei por quais caminhos você anda. Nossos caminhos se encontram e se afastam a todo momento, diante dos meus olhos.

Tudo o que construo é sobre um solo arenoso, e quanto mais peso tento impor, mais rápido desmorona. Me recuso instintivamente a olhar outros olhos que não sejam os seus. Quem toca meu corpo não alcança a minha alma, enquanto você que tocou a minha alma jamais tocou meu corpo. Aguardo o momento em que nos olharemos e enxergarmos não as afinidades, mas o laço que nos une.

Comungamos o mesmo medo de fracassar...

Não sabemos o que queremos, mas sabemos o que devemos querer...Devemos? Não devo nada a você e você não deve nada a mim...talvez por isso essa sensação de culpa.

Como pagar o que não se deve? Como dever o que nunca se teve? Nunca te tive e sinto sua falta...

Seu olhar me diz algo que não consigo traduzir, mas sei o que os meus dizem...eles te desejam desde a primeira vez que você revelou quem você é...desde que se pôs desarmado diante de mim, desde a primeira vez que me pediu ajuda. Desde que desnudou sua fraqueza e seus medos diante de mim.

Espero nossas almas desarmadas e desarrumadas para o dia que enfim tudo irá para o seu lugar...

Soraya Bitt
Enviado por Soraya Bitt em 16/04/2015
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