O Retrato
Quis Paulinho da Viola escrever um samba para o infinito
Ao seu jeito, de fato
O que certamente poderia ser julgado perfeito
Na escrivaninha teria um retrato
Retrato da donzela que te inspira
Outrora me julgariam pelo título de donzela
Relacionando ao passado ou a pureza sexual
Talvez a virgindade de nunca ter vivido um carnaval
Um sambinha bom faria você voltar pra mim
Cantado vagarosamente, sem muita afobação
Mas a Malu e o Camelo estão juntos
Na maior empolgação
Algo inspirou a poetiza
Quem sabe um sentimento lhe faltou
Quisera eu entender tal autor
Julgo que faltou amor
É só um chute, sem tanta precisão
Com a banalização do amor rondando a cidade
O sentimento voou pelos ares
Se tornou uma palavra, um apelido, môzão
É melhor voltar ao passado
Olhar o retrato
Se encantar com a empolgação
De quem carregava um sorriso nunca visto no quarteirão
O amor é saudade, é plenitude
É desafiador
E sobretudo, exclusivo
É suicídio
Sim, porque não?
Com amor se morre a lógica, o racional
Se vive em nuvens
12 meses de carnaval