Despertar de Vênus

Quando te vejo a despertar, ainda em meu leito,
Sentada, colchas revoltas cobrindo coxas cruzadas,
Como se folhas de uma bromélia de onde floresce
Teu torso nu, tímido gineceu a brotar das bainhas.
Em um bocejo, alças ao céu teu braço lacínio feito,
Lentamente, a mostrar teus detalhes, despudorada,
Sensual, lasciva, em movimento que mais parece
O instante mágico do desabrochar da flor rainha.

A emoldurar teu semblante amado, teus cabelos
Caem por sobre os ombros, como se pudica túnica,
Franjas tímidas a cobrirem teus olhos semi-cerrados,
Que se voltam ao infinito em um olhar de soslaio.
Teus lábios róseos, marotos, num sorriso de apelo,
Se tornam rubros, latentes, ao veres que te miro única,
Em cada um desses teus momentos, extasiado,
Gravados ad-eternum na memória, mesmo lépidos como raio.

Teus seios livres, rosados, frescas pêras maduras,
Ainda orvalhados nas aréolas por meus beijos,
Mamilos túrgidos, ousados, alçados ao infinito céu,
Ora marcados por meus lábios em pontos carmim.
Incontido, eu te colho com desvelo, com candura,
Descobrindo teu corpo por inteiro, presto, sem pejo,
Cobrindo-te de beijos, de carinhos, afagos, ao léu,
Penetrando-me em ti e desvanecendo em teu jardim.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 21/09/2005
Reeditado em 05/04/2017
Código do texto: T52455
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