No universo de teu corpo


Toma em tua mão a minha, gentilmente, e conduz-me por estes caminhos
que tão bem conheces e ora descubro, enlevado; - desvenda para mim
cada um de teus segredos que, silente, serei teu aluno, teu menino,
atento também a cada um deles, ao descobri-los, extasiado, por fim.


Senta-me a teus pés e faça-me ouvir, com os ouvidos de minh´alma,
Com os olhos de meus ouvidos, a suave canção que emanada
da tênue penugem de tuas coxas que se eriça, me agita e me acalma,
ao toque de meu tato subinte, subitâneo, subjugante, subjugada.

Conduz-me por teus istmos, vales, jardins, cimos, florestas, montes
Abraça-me forte, não permita que me perca por um único instante
Em devaneios, e se hesitante, sacia esta sede imensa de ti em tua fonte,
Acalenta-me em teu seio, acolhe em teu regaço o exausto caminhante.


Ajuda-me a que também descubras em tua própria geografia,

Pontos intocados, veredas não percorridas, com um tremor súbito,
No doce far-niente de depois, quando as mãos ainda trêmulas, todavia,
Te procuram e percorrem o universo infinito de teu corpo, em decúbito.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 21/09/2005
Reeditado em 30/09/2013
Código do texto: T52504
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