AS BEM-AVENTURANÇAS DO TEU AMOR (À musa dos meus sonhos)

Minha formosa mulher,

aos deuses tenho que agradecer,

à natureza, tenho que reverenciar;

de onde vem tanta beleza?

Foste criada no seio mais puro,

caíste na graça da virtude dos anjos;

um deles, o escolhido, adejou

graciosamente a cópula que te gerou.

Quando os teus olhos deslumbraram

a luz do dia, logo em seguida, à noite,

as estrelas te cobriram de cores;

um véu bordado com diamantes te cobriu.

No meu entardecer, observando o crepúsculo,

o amálgama de todos os tons,

em nada se compara à tua beleza,

és pura dentro de todas as cores.

Quando passeio pelos campos,

visitando o nosso jardim,

não encontro uma flor que contenha

a tua elegância, és graciosa e linda.

À marcha do meu cavalo, adestrado

e cheio de primor, comparo ao teu andar,

desfile de cenas, espetáculo para os meus olhos;

melodia sutil e cadenciada, rebuliço da minha alma.

Quando te beijo, quando te abraço,

quando tomo o teu corpo em meus braços,

peço a D'us para o tempo parar;

imploro por tua imortalidade junto a mim.

Os teus cabelos, esse véu natural

que orna a tua fronte; a penugem

oculta e espessa nos labirintos

que só eu conheço, traz a minha alma para as mãos.

Não há fera no campo, por mais selvagem que seja,

que ouse fitar os teus olhos; debruçam-se todos

diante de ti; obedecem e acalmam-se da fadiga;

a tua ternura, o teu olhar, expulsa toda dor.

Sou feliz e bem-aventurado em te possuir;

bendito os seios que te amamentaram,

louvado seja o varão que depositou a semente

no ventre da tua mãe.

Oh! Linda mulher, como te amo!

Guardada seja as mãos do artesão que te esculpiu,

que a sua alma tenha recebido o galardão,

por ter colocado o talento vivo e vistoso em tudo que te pertence.

Quando a leve aragem acaricia a tua pele,

acordando os poros, beijando a tua boca, untando o teu cabelo

com o perfume silvestre, o mesmo que deito em nosso leito,

sinto ciúme; Oh! Linda, graciosa e terna mulher, prêmio da minha vida!

Pedro Matos

Pedro Simao Rocha Matos
Enviado por Pedro Simao Rocha Matos em 24/05/2015
Reeditado em 26/05/2015
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