À Marília

Marília,

Você sabe o quanto te amo, querida? Você tem noção do quanto estou começando a gostar de você? Não, você não sabe. Sabe porque não sabe? Porque não nota. Notar é preciso, querida. Note como me chateio facilmente com você; Note como te olho com raiva e me descontrolo; Note também quando pego em sua mão e aperto. Notou? Me sinto insegura, meu bem. Desculpe se desconto isso em você, não é culpa minha. Você é tão linda com seus olhos grandes e fortes. Você é linda! E não ligue se faço a indiferente, é que não quero me magoar, minha querida. Espero que me entenda e não me magoe também. Eu já fui muito magoada, querida. Está vendo essas marcas em meu corpo? Olhe bem, querida. Viu? São desamores. Mas eu tampouco sei o que são desamores. Eu finjo saber, mas não sei não. Então, querida, entenda, estou começando a te amar agora, e não tem maneira de escapar do inevitável. Estou afundando no mar dos seus olhos, e eu não sei nadar. Eu quero você, com todos esses defeitos corporais e emocionais. Você é o melhor de mim. Não se vá. Fique, e espere pelo que eu tenho de melhor. Ainda preparo muitas surpresas pra você.