NA ABA DO MEU CHAPÉU
Conheço o meu chapéu,
faço continência com ele.
O chapéu veste minha cabeça,
aba que me protege do sol.
Vivo debaixo dessa aba,
da sombra oval que ela produz.
Conheço as abas que te absorvem,
os pelos dos quais são feitas.
São abas revestidas com pelos de felinos,
gemem no calor do Sol.
Tuas abas acolhem cabeças,
cobrem o rosto, sombreiam o pescoço.
A minha cabeça leva um chapéu
junto às tuas abas.
São abas que prensam o meu
chapéu.
Tuas abas absorvem o meu corpo,
o suor do meu rosto, retiram-me a fadiga.
Pedro Matos