À ESPERA DE UM MAR CALMO

A tua sensibilidade me machuca,

corta-me o íntimo como uma lança,

sangra-me por dentro como

uma febre na pedra.

Ainda não entendi o teu olhar,

nem o que ele quer dizer;

ainda não fui capaz de decifrar

a intensidade do teu sentimento.

Sei o que meu coração sente,

entendo as nuances implícitas

dentro de ti, mas meu último

desejo é sentir, entronizar.

Deixe o rio correr, ele precisa

de um leito, de uma margem,

de um tempo para alcançar

o oceano; eu posso esperar.

O rio adentrando o oceano,

você se misturando às águas,

Eu esperando a mansa maré,

assim consigo te entender.

Pedro Matos

Pedro Simao Rocha Matos
Enviado por Pedro Simao Rocha Matos em 07/06/2015
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