À ESPERA DE UM MAR CALMO
A tua sensibilidade me machuca,
corta-me o íntimo como uma lança,
sangra-me por dentro como
uma febre na pedra.
Ainda não entendi o teu olhar,
nem o que ele quer dizer;
ainda não fui capaz de decifrar
a intensidade do teu sentimento.
Sei o que meu coração sente,
entendo as nuances implícitas
dentro de ti, mas meu último
desejo é sentir, entronizar.
Deixe o rio correr, ele precisa
de um leito, de uma margem,
de um tempo para alcançar
o oceano; eu posso esperar.
O rio adentrando o oceano,
você se misturando às águas,
Eu esperando a mansa maré,
assim consigo te entender.
Pedro Matos