Solitário poeta

Todos os dias,

Vou àquela praça.

Não importa o tempo,

Pois nada é mais importante do que meu amor.

Não sei se sabes disso,

Não sei nem se me conheces.

Mas a sua aparência me encanta,

Seu olhar me alucina.

Vejo-a passar,

Seu corpo esbelto desfilando pela calçada.

O vento peneirava seu longo cabelo castanho

Jogando-o pelos ares.

Fazendo qualquer um parar e olha-la passar,

Alguns trovadores param a música.

Mendigos e turistas

Sem perder um só movimento.

Sempre no mesmo lugar,

Observa o movimento contínuo da avenida

Como se procurasse alguém que não está ali,

Bom, nem eu.

Ao centro da praça,

Declamando meu poema.

Simples sincero, como tinta que vem da medula,

Apenas para tentar ao mínimo a sua atenção.

Fernandes Filho
Enviado por Fernandes Filho em 18/06/2015
Reeditado em 18/06/2015
Código do texto: T5281836
Classificação de conteúdo: seguro