Solitário poeta
Todos os dias,
Vou àquela praça.
Não importa o tempo,
Pois nada é mais importante do que meu amor.
Não sei se sabes disso,
Não sei nem se me conheces.
Mas a sua aparência me encanta,
Seu olhar me alucina.
Vejo-a passar,
Seu corpo esbelto desfilando pela calçada.
O vento peneirava seu longo cabelo castanho
Jogando-o pelos ares.
Fazendo qualquer um parar e olha-la passar,
Alguns trovadores param a música.
Mendigos e turistas
Sem perder um só movimento.
Sempre no mesmo lugar,
Observa o movimento contínuo da avenida
Como se procurasse alguém que não está ali,
Bom, nem eu.
Ao centro da praça,
Declamando meu poema.
Simples sincero, como tinta que vem da medula,
Apenas para tentar ao mínimo a sua atenção.