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Como de viver, viverei chorando

como que por lágrimas que nunca derramei

e por metais que nunca extraí

do solo?

Como de mim restaria argumento

De algo que não se questiona?

Apenas resta a mim suspirar

Até queimar.

Até queimar de dor e sofrimento

e arder em gozo e júbilo

Num sabor fragrante de fracasso e medo

marcado a notas de doçura e aconchego

Num quê de amor e morte

Num tal de chamego e má vontade

Meu peito no teu arde

Na quentura de bom molejo

Assim vou

Do solo?

Até queimar

marcado a notas de doçura e aconchego

na quentura de bom molejo

E na falta de argumento

no "eh... eh..." e na gagueira

Fundar-se-á sólido castelo

De quem morre de amor

e tem medo de amar

Norton Cardoso
Enviado por Norton Cardoso em 04/07/2015
Código do texto: T5299787
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