Sem comentários
Como de viver, viverei chorando
como que por lágrimas que nunca derramei
e por metais que nunca extraí
do solo?
Como de mim restaria argumento
De algo que não se questiona?
Apenas resta a mim suspirar
Até queimar.
Até queimar de dor e sofrimento
e arder em gozo e júbilo
Num sabor fragrante de fracasso e medo
marcado a notas de doçura e aconchego
Num quê de amor e morte
Num tal de chamego e má vontade
Meu peito no teu arde
Na quentura de bom molejo
Assim vou
Do solo?
Até queimar
marcado a notas de doçura e aconchego
na quentura de bom molejo
E na falta de argumento
no "eh... eh..." e na gagueira
Fundar-se-á sólido castelo
De quem morre de amor
e tem medo de amar