Amare
Será um poeta, o poeta que nunca
poetizou sobre o amor?
A pergunta que alçou minha
inquietação deste teor
Será o amor universal portadora
de uma natureza singular?
Que pode ser concebida em
diversas definições a cada olhar?
Uma pessoa amada pertenceu em
minhas histórias
Fato que ficará em eterna
consciência sob memórias
Não cabe a me desvendar a
resposta absoluta
E sim discorrer em versos do
meu jubilo e de minha luta
Jubilo por este amor ter me
elevado a um estado surreal
O coração acariciado pelos anjos
do paraíso fraternal
Olhava para as lindas nuvens e
devaneava a minha amada
Doce como o néctar de uma flor e
bela em uma alvorada
A cada encontro o desejo pela
eternidade era veemente
E a cada fim a tristeza me
abatia copiosamente
Não há como deter as lágrimas
salobras neste agora
O piano dilacera minha alma
jorrando lembranças afora
O amor me levou a momentos
sublimes nunca mais alcançados
A saudade é inegável, o aperto no
peito e os traços maltratados
A luta, o antagonismo deste amor,
me jogou no abismo
Que até hoje continuo derradeiro,
em um verdadeiro cataclismo
Por amar e desconhecer a si
mesmo cai num báratro emocional
Temeridade a acordar, a tortura
intensa, era o estado infernal
Infelizmente tomei a decisão de
cessar o alimento deste amor
Caso contrário chegaria a um
estágio de terror
O amor, tal ação é subjetiva em
meio a tragédia e a alegria
Em vida mostrei a faceta dela por
estas estrofes da minha poesia