NAYARA

NAYARA

De: Agamenon Troyan

Meus sentidos não fazem sentido

Estou a vagar em um barco sem leme

A cada dia levado pelas ondas.

Uma voz me desperta...

Fecho os olhos e vejo você.

Cada palavra dita,

Cada sílaba articulada,

Conduz o meu barco para além do horizonte.

Não me atrevo em abrir os olhos,

Pois não quero ficar órfão dessa doce ilusão.

Sinto as horas tocarem-me os olhos,

Tentando de qualquer maneira despertar-me.

Vivo travando esse longo duelo

O qual, por você, luto a cada instante...

A solidão articula sua última cartada:

Oferece-me palavras vis, blasfêmicas e ofensivas.

Desperto-me envolvido numa bruma de desespero

Grito o seu nome... Nayara!

Mas sua voz não responde.

A lembrança de sua ausência me assombra

Ao mar, dediquei o sal do meu pranto,

Aos sonhos, ofereci um banquete de incertezas

Ao vento, lancei esse poema

Para que todos saibam o seu nome...