Ausente Vivente

Correto ser, parecer e viver

Sinto-te dizer e o quanto antes ter

Amor de outrora, de frente à aurora

Vivi por muitos, tempos, ventos de solidão

Erguido pela saudade, desejo, ensejo

Busquei-te quilômetros, léguas ao rincão

Por horas, duas, três, não vejo

Guiar-me a ti, e fui e vim, e vi

Por quantos poucos minutos assim vivi

E o quão de bom me fez isso, o que colhi?

Senão pela destreza da vontade por ti

Vejo-me ausente, somente e sobrevivente

Destas audácias da vida cotidiana e incoerente

Revelo-me na certeza de o que melhor de mim o fiz

Apesar deste ser meu dolo, porque de fato eu quis

Agora resta apenas saudade e lembrança

Do pouco que ficou, nenhuma esperança

Viver no breu da solidão

Ao bater do sino da catedral do coração

Paulo Farias
Enviado por Paulo Farias em 30/07/2015
Código do texto: T5328505
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