Gudilim

Não é o corpo que se dispõe a escrever

Esse há muito me tortura, fere o interior

O que me impulsiona, mesmo nesse calor escaldante

Debaixo desse teto baixíssimo e engasgando com a poeira

É o que eu tento colocar nas linhas

O amor que eu perdi, a saudade que me encontrou

A verdade que doeu, a velha mania de errar

A força pra me salvar, a fome de cantar

A altivez do reverso, a dor maldita do dia inteiro

O sono desistente, a carência

O desafeto, o desalento

O bom, o melhor do ruim

Sede na madrugada, frio de manhã na motocicleta

Até o alto, sem além

O além é aqui com Ele, a vida foi

A verdade sarou, meu erro continua

A bílis, a cólera perversa e traiçoeira

Bom dia amor, já é tarde

E não há o que tentar, aparentemente...

Mas quem duvida, arrisca, como qualquer outro perdedor.

Natal
Enviado por Natal em 22/06/2007
Reeditado em 23/06/2007
Código do texto: T537343
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