O VELHO CALÇADÃO


Com sol ou chuva ali estava o calçadão amigo
De todos que por lá faziam a sua caminhada.
Mas era um pouco perigoso pelo pouco conhecimento
Entre os demais, pois disfarçavam como pessoas do bem.
Ali as vítimas seriam escolhidas para alimento delicioso.

O velho calçadão em uma avenida aberta, mas
Ninguém escutava o que os outros diziam para as
Caminhantes, quando de nada entendia das conquistas.
Isso assustava, pois era difícil acreditar que na liberdade
Alcançada, encontraria alguns lobos iguais ao lobo, da
Histórinha de chapeuzinho vermelho, querendo comer vovó.

Pertinho do velho calçadão havia um lugar chamado
Matadouro pelos mais conhecidos, talvez arranjadores
De casos para alguns já experientes e spertos demais.
De algum tempo para cá a comilança fervia escancarada,
Naquele canto perto do calçadão onde excitados ficavam.

Dos bons, poucos diziam a verdade sobre o certo ou errado.
Olhava, conversava, enganava sem responsabilidade.
Com palavras seduziam outros, lá mesmo devoravam.
Famintos com sede de quase tudo, mas sem escrupulosos.
Antigos eram esquecidos sem justificativas, nada.

O velho calçadão servia como desculpa para escolhas
Despercebida, e órfãos de dono, mas respeitadas.
Como velho lance devorava a presa desejada.
Assim, dias se repetiam num escondido danado, pois
Diferente do que dizem do carcará, não mata, come.


 
Gildete Vieira Sá
Enviado por Gildete Vieira Sá em 15/09/2015
Reeditado em 17/09/2015
Código do texto: T5383273
Classificação de conteúdo: seguro