Mexericos

Ouve só o que sussurra o vento!

Parece que leu meus pensamentos

E anda por aí a espalhar

Tudo o que não era pra contar!

Como eu poderia imaginar

Que os meus segredos fossem parar

No bico das aves, nos trinados

Com que, livres e alvoroçadas,

Elas saúdam o nascer do dia?

Eu seria capaz de afirmar

Que não é um simples gorjear,

Que assoviam minhas poesias!

No zumbir das abelhas eu escuto

Os cochichos que falam da gente.

Assim as aves, de bico em bico,

E as borboletas, de flor em flor,

Seguem, de minuto a minuto,

Levando adiante o mexerico;

Tão lindas, e tão maledicentes!

Deixo que falem o que quiserem.

Já que é a mais pura verdade;

Não vejo motivos pra negar,

Mas, digam aquilo que disserem,

Ainda não saberão a metade

De tudo o que não ouso nem pensar!

Sonia Villarinho
Enviado por Sonia Villarinho em 19/09/2015
Reeditado em 26/10/2015
Código do texto: T5388019
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