Doce Eros, doce pêssego

Seja bem-vindo, essência

inquietante e auspiciosa

Meu corpo em chamas devido as

suas labaredas suntuosas

Elevando o polposo coração a

picos de excitação

Estupendo clima em que estive ao

ser alvo desta paixão

Como qualquer afeto, ele

proporciona uma influência

Um contato com o mundo que

define as experiências

Como diz Spinoza, a alegria por

todo corpo é felicidade

E o que poderia ser mais além,

algo fora da realidade?

Você me deu as chaves para lhe

explorar em demasia

Galgando pela sua pele e

desfrutando o sabor que expelia

Vejo a lua e as estrelas e sei que

elas não paravam de olhar

Admiravam os amantes

loucamente a beijar

Agora ao olharmos para o céu, o

tempo no anoitecer

Lembraremos desses momentos

de sumo prazer

O vinho sempre um charme para

um encontro singular

Outra vez foi artista tornando o

ambiente para amar

À Dionísio minhas saudações, seu

divino líquido sob a mesa

Meus dedos dando forma a este

poema com fineza

Com Chopin e seu instrumento

sublime, vou tecendo os versos

As estrofes nascem a cada gole

dos arranjos diversos

A liberdade um para com o outro

foi sustentada por uma virtude

A confiança, dando caminho a

mais alta plenitude

Querida, alimentaste meus

devaneios de forma sensível

Sinto seus lábios neste gargalo de

pêssego, você é apetecível

Agora resta-me o desejo, pois a

razão dela é a sua ausência

Mas aguardo seu intenso calor

para validar a existência

Moraes IV
Enviado por Moraes IV em 05/10/2015
Código do texto: T5405220
Classificação de conteúdo: seguro