Doce Eros, doce pêssego
Seja bem-vindo, essência
inquietante e auspiciosa
Meu corpo em chamas devido as
suas labaredas suntuosas
Elevando o polposo coração a
picos de excitação
Estupendo clima em que estive ao
ser alvo desta paixão
Como qualquer afeto, ele
proporciona uma influência
Um contato com o mundo que
define as experiências
Como diz Spinoza, a alegria por
todo corpo é felicidade
E o que poderia ser mais além,
algo fora da realidade?
Você me deu as chaves para lhe
explorar em demasia
Galgando pela sua pele e
desfrutando o sabor que expelia
Vejo a lua e as estrelas e sei que
elas não paravam de olhar
Admiravam os amantes
loucamente a beijar
Agora ao olharmos para o céu, o
tempo no anoitecer
Lembraremos desses momentos
de sumo prazer
O vinho sempre um charme para
um encontro singular
Outra vez foi artista tornando o
ambiente para amar
À Dionísio minhas saudações, seu
divino líquido sob a mesa
Meus dedos dando forma a este
poema com fineza
Com Chopin e seu instrumento
sublime, vou tecendo os versos
As estrofes nascem a cada gole
dos arranjos diversos
A liberdade um para com o outro
foi sustentada por uma virtude
A confiança, dando caminho a
mais alta plenitude
Querida, alimentaste meus
devaneios de forma sensível
Sinto seus lábios neste gargalo de
pêssego, você é apetecível
Agora resta-me o desejo, pois a
razão dela é a sua ausência
Mas aguardo seu intenso calor
para validar a existência