Sem volta

De vez em quando

A alma da gente

Fica assim rebelde

E se junta ao coração

Pra quebrarem juntos

As amarras da razão.

Quando isso acontece

Nosso olhar nos trai

Deixando abertas

As portas do pensamento,

Nesse breve encontro

Entre um mísero instante

E um reles segundo

As meninas dos meus olhos

Saem correndo pelas ruas

Pra conversar com as estrelas

E perguntar prá lua:

Será que ela demora?

Porque foi embora?!

Mas depois de tudo

Elas voltam cansadas

E vão se aquietar

Aninhando-se em meu olhar

Pra dizerem chorando

Que você não vai voltar.