Balada de um amor trivial

Em tempos de super-humanos

o que te ofereço é

o silêncio, a trivialidade, a rotina,

sussurros, olhares, pequenos gestos,

medos, tristezas, quiçá alguma felicidade;

um ombro fiel, uma palavra amiga,

um sorriso sincero, um colo disponível;

reprovações, impaciências, xingamentos,

a violência que vem da intimidade, seu desconforto,

a preguiça, meu “ainda não sei”, meu “nem quero saber”;

ah! certamente também ofereço contas pra pagar,

estar sem dinheiro final do mês e por vezes sem tesão;

a espinha adolescente, a barba por fazer (vai arranhar!),

o bafo matinal, o flato acidental, um e outro mal-estar;

a música, o filme, o livro (que você certamente vá odiar!);

o ciúme, a posse, as birras;

o deboche, a ironia, a piada sem graça,

o mau humor, o humor negro, a antissociabilidade;

as tentativas, os sucessos, os fracassos,

o arrependimento, o choro, a saudade;

a brincadeira, a realidade, a ilusão,

o sonho e o pesadelo...

Enfim, meu amor, o que te ofereço

é aquilo que chamavam humanidade.

E por isso continuo só!

Dan Niel
Enviado por Dan Niel em 25/10/2015
Código do texto: T5426674
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