A Boa Escravidão
Mulher ,que doce poesia
Habita este corpo de curvas amistosas,
Redondos pomos de sabedoria,
Volúpia de oasis amorosos.
Rendida fácil ao afeto ou qualquer coisa
Eu te amo, delirosa-multiface,
Velhaca flor do gozo e do afã grácil
Doce em inocência sonhadora-ès indefesa
E és tantas!de beleza e de opulência
Hino acolhedor do estase carnal
Matéria transfigurada em paz celestial
Bondosa entrega de entretida transcendência.
Mulher, que redenção serena
Faz que me perca em tuas ânsias de desvelo
Quanta morada ideal de lúbrico atropelo
Nos teus seios a cantar nas leves tranças.
Mulher,que mistérios, que segredos
Enxames ideais de luares esquecidos
Que perneio de mares e de arvoredos
A transbordar bordados sensitivos.
Graça de musa prolongada em riso,
Tormento de carne leviana e amante,
Que eterno punhal de despedida,
Quão perene marca,que densidade de instante.
Feliz o escravo que aplacas amorosa
O Dom Juan soberbo em teus assomos
O breve mortal que te inebria e mata
Na tua saga humanissima buscando donos.