Trato do Tato Lirico

Verte oboé em coxa celeste

A carne,escrava da sevicia,

Em fundo pego de caricia

Esculpe o voo do mel celeste.

Nossa alma,flauta trotante

A todo vento do destino

Rompe ,feminil desatino

O frágil simulacro de Hamlet.

Mimada deusa sensível

Sai,oferecendo boquete,

Compartilhado o joguete

No puro elã ascessivel.

Nardos do atroz ciúme

Une ao harpejo dos beijos

E a quermesse de desejos

O licor dos céus resume

O balsamo aveludado

Da ficada abissal

Tece um átrio colossal

Na aranha do ficado.

Entre turvo labirinto

Da visionaria masturbação

E o balsamo do coração

Quanto volupico rito

Revoada amistosa

Lírios de argêntea palavra

Reverdece a fina lavra

Pela copula amorosa.

O almíscar mais envolvente

O incenso mais langoroso

Não tem o império gozoso

De vossa xana fragrante.

O vosso olhar guerrilheiro

Jubilosas cidadelas

São as liriais janelas

Onde penetra o forasteiro.

Vossa boca trescalante

Do paraíso terrestre

Desnuda o paramo celeste

Qual menestrel aliciante.

A pompa ébria recurva

De vossa nádega esvoaçante

De perfeição um levante

Branca rosa e rubra uva.

O flébil pomo de delírios

De vossos seios fidalgos

Lua em caricia de lagos

Semelha a arcada de lírios

Do vosso triunfal sorriso

Perolas em rubis talhada

Coral de rubra alvorada

Do panteon do amor friso.

Por isso,por meus haveres,

Em cru clarete te canto

Tela de nu encanto

Nobre primor das mulheres.

Pelos teus poros se expande

O memento de minha nau

Coração de anjo sensual

Pavilhão da noite onde

Para glorioso degredo

Dos prantos maus dessa vida

Ergo teu nome, querida

Bandeira de flama no rochedo.