Enquanto pestaneja o dia...

Depressa ali cheguei

escrevendo histórias

com poesia acompanhada

de versos datilografados

na minúcia de todos

os detalhes tecidos

com arte e alegria

Ali

me libertei

de todas as embriagantes

palavras intuitivas

onde sem mais censuras

te recrio

habilmente numa estética

inexplicavelmente,absoluta

analítica…sintética

Ali

enfeitamos cada instante

de vida

aniversariamos o tempo

com unânimidades quase

fatídicas

Ali

expressei-te a minha

linguística em meigos afagos

enamorados pela tua sintaxe

Ali

choraminho por teu

carinho

Ergo-te eclético um poema

dotado de estética

escrevinhando louco

e poético

toda a minha existência

Ali

sei-o

tudo sabe a pouco

até a quietude profética

esperando-me a cada

momento caprichoso

onde me entrego

pra me enxagures todas

as lágrimas desta rompante

e tão colossal saudade

Ali

emprestamos nossas asas

ao doce esvoaçar de cada

emoção

ausentando-nos ali

entre ecos pardacentos

desfilando sigilosamente

em comoção

Ali

todos os destinos sequestram

até o tempo que amadurece

aperfeiçoando-te

redesenhando com

giz e simplicidade

na elíptica e redundante

lágrima que deambula

regurgitando piropos baloiçando

em toda a minha monotonia itinerante

Ali

recordar-te-ei

transladando cada pensamento

assim devagarinho

colorindo teus céus ofegantes

Desejarei afogar-me

fatalmente em cada pestanejar

da noite

assim acorde o dia

e nós ali

radiantes, reencontramo-nos

consumindo cada parcela do tempo

lenta e extravagantemente

FC

Frederico de Castro
Enviado por Frederico de Castro em 22/11/2015
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