Soltas vantanias

Meia noite

escondem-se os vultos

sem medo das ventanias soltas

Percorrem ruelas

num silêncio cativo

onde arde a madrugada

repentinamente

deixando o tempo escapar

por entre as mãos da vida

em fuga inadvertidamente

Cai a noite

e a escuridão permeia o vão

de todas as minhas solidões

Tenho que repensar o dia

mesmo sem sol

deixar as insónias incrustadas

num verso marital

indelével e tão factual

É meia noite

e só tenho gula de ti

desarranjando minha biblioteca

só pra te ler

desnuda alimentando

meu jejum gemendo

espontaneamente

Até as pedras falarão

quando te recostares neste

poema…quieto

em marcha para ti

congratulando teu despertar

que se desprende em silêncios

num ímpeto selecto acalentar

FC

Frederico de Castro
Enviado por Frederico de Castro em 03/12/2015
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